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Alécio de Andrade

Por
Maria do Carmo Rodrigues de Oliveira
A imagem está em preto e branco. A foto é tirada de cima para baixo em uma escadaria. Uma menina pequena está subindo e parece estar correndo. Na parte superior esquerda há o nome “Alécio de Andrade”.

ANDRADE, Alécio de. Alécio de Andrade. Rio de Janeiro: IMS, 2008. 207p.

Fotógrafo, poeta e pianista, Alécio de Andrade foi um homem excepcional, que encantou aqueles com quem conviveu. Em dezembro de 1964 mudou-se para Paris e por lá ficou até o fim dos seus dias. Foi o primeiro brasileiro a fazer parte da legendária Magnum Photos, a agência francesa que, mais tarde, abrigou também os fotógrafos Miguel Rio Branco e Sebastião Salgado.
Fotografou o inesperado, os amigos, as crianças e o Museu do Louvre. Com isso fez vários livros, tendo como parceiros Carlos Drummond de Andrade, Julio Cortázar, Françoise Dolto e Edgar Morin. Uma de suas fotos – três freiras diante de um quadro representando as Três Graças, no Museu do Louvre – está entre os cartões postais mais vendidos da história da fotografia.
Em 1971, era correspondente da Revista Manchete para toda a Europa, baseado em Paris, quando acolheu dois jovens aspirantes a repórteres-fotográficos, Chico Mascarenhas e Pedro Pinheiro Guimarães, com quem compartilhou saberes e olhares. Em torno deles, juntaram-se outros tantos fotógrafos e alguns deles, seguindo a emoção que Alécio punha nas suas próprias fotos, estão reunidos na exposição Olhares Sobrepostos, em cartaz neste mês de agosto no CCJF. Alécio, com seu jeito meigo e atento de ser, está na parede.

Milton Guran