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Reflexão e identificação no espetáculo Latitudes dos Cavalos

Publicado em:
11/09/2024
Imagem de dois homens brancos de cabelos castanhos contracenando, em um palco. Um deles segura um guarda-chuva vermelho nas mãos. Ele veste casaco de manga comprida verde claro e bermuda ciclista cinza. O outro usa casaco marrom e calça cáqui. Nas laterais do cenário, quatro cadeiras de madeira, duas de cada lado. Há três spots de luz iluminando o local.
Os atores, Danilo Maia e Willean Reis, em cena na peça Latitude dos Cavalos

A 9ª temporada da peça Latitudes dos Cavalos esteve em cartaz no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) durante quatro finais de semana, em agosto. O espetáculo propõe reflexões sobre a masculinidade, narrando o encontro de dois homens em conflitos amorosos, em que um deseja terminar o relacionamento falido, enquanto o outro tenta reconquistar aquela que ele jura ser o amor de sua vida. Durante esses encontros, passam a interpretar cada um a mulher do outro e suas memórias se embaralham, colocando em xeque as certezas que tinham, enquanto algumas características do universo masculino são expostas em cena. 

Com momentos cômicos e partes mais intensas, as risadas e expressões de espanto eram ouvidas na plateia. No palco, os atores se complementam e trazem à tona questionamentos sobre as atitudes dos homens na sociedade atual. A maneira como os dois representam as namoradas é inteligente, o que ajuda a plateia a enxergar aquelas mulheres citadas em cena. 

Julia Corsete, que prestigiou o espetáculo ao lado de sua amiga Dani Arregui, conta que chorou ao se identificar nas relações retratadas. “[O diálogo] é feito de uma maneira muito sensível, é um trabalho muito bem feito, os atores são maravilhosos, muito verdadeiros. Ainda estou digerindo, mastigando e assimilando porque realmente me tocou em vários lugares muito profundos”. Dani também não ficou de fora de sentir essa emoção, manifestando vontade de assistir novamente a peça. “Foi muito impactante. As coisas geniais aparentam ser muito simples e não são. O trabalho de corpo, o trabalho de voz, o texto é impecável”. Ambas saíram com o livro de dramaturgia da peça nas mãos e impactadas com a história. Viva o teatro brasileiro!