Perigosas Damas: vozes pela liberdade feminina
Com frases marcantes e o resgate de histórias do início do sistema prisional feminino no Brasil, o espetáculo Perigosas Damas realizou, em novembro, uma temporada de sucesso no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF). O solo, feito pela idealizadora e atriz, Geovana Pires, foi baseado no livro “Histórias de um silêncio eloquente”, de Thaís Dumet, em que um revezamento de interpretações de vivências reais com versões em rap de poemas de Elisa Lucinda, abre portas para a reflexão sobre a igualdade de gênero.
A peça exalta a liberdade dessas mulheres que um dia foram encarceradas em manicômios, conventos e sistemas prisionais por serem sexualizadas, lésbicas, extrovertidas, inteligentes, terem repulsa sexual ao marido, praticarem a cartomancia, prostituição, entre outros milhares de motivos que são criticados abertamente durante o espetáculo, causando inquietação e indignação da plateia.
No palco, Geovana relata buscar entender como chegamos até aqui com instituições como a igreja, o judiciário, a medicina e o Estado criando políticas para conter e domesticar as mulheres. “Fiquei impactada com a pesquisa de Thaís Dumêt sobre aquelas que, mesmo depois de mortas, foram silenciadas. Quis trazer histórias antigas e reais para que possamos entender que essa luta das mulheres por liberdade atravessa os séculos”, reflete a atriz.