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Notícia

Nos jardins do CCJF, inauguração de meliponário e de escultura em homenagem à biodiversidade abre programa que reúne ações a favor da regeneração ambiental

Publicado em:
23/09/2025
A imagem mostra um jardim com placas informativas sobre abelhas nativas sem ferrão. As placas destacam a importância delas para a polinização e biodiversidade. À direita, há uma caixa de madeira sobre um suporte, usada como colmeia para criação dessas abelhas. O entorno tem plantas de folhagem roxa e verde, com algumas flores. Ao fundo, vê-se a fachada envidraçada de um prédio.

Pioneiro, o Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), se torna o primeiro espaço cultural do Rio de Janeiro a instalar um meliponário nos jardins de suas instalações, localizada na Cinelândia, Centro da cidade. A iniciativa, que aconteceu no último dia 23 de setembro, faz parte do Programa Clima de Mudança, desenvolvido pelo CCJF que, até dezembro, irá reunir ações culturais em prol da regeneração ambiental, da valorização da biodiversidade brasileira, do consumo consciente e da justiça socioambiental. A intenção é mobilizar a sociedade a pensar e agir em favor das gerações futuras.

A inauguração do meliponário de abelhas nativas sem ferrão instalado pelo meliponicultor Gabriel Costa nos jardins do CCJF contou com palavras de agradecimento do diretor-geral do CCJF e desembargador do Tribunal Regional Federal da 2º Região (TRF2), Dr. Theophilo Miguel. Para ele, colocar em prática um projeto envolto de preocupação ambiental, no coração da Cinelândia, é inovador e precisa ser incentivado. “É isso que temos que fazer. Temos que ser expansionistas e nos preocupar em trazer a sociedade para perto de nós e proporcionar a ela cultura, preocupação ambiental e sociabilidade. Agradeço a todos pelo momento”, destacou na cerimônia de abertura.

Ricardo Horta, diretor-executivo do CCJF, um dos responsáveis pela concepção do Programa Clima de Mudança, também agradeceu aos envolvidos no projeto, ressaltando que centros culturais são espaços de aprendizado e difusão de conhecimento. Segundo Horta, a instalação de um meliponário permite debater sobre biodiversidade, polinização e sustentabilidade. “Servirá de apoio a oficinas, visitas guiadas e projetos escolares promovidos pelo CCJF que passa a ser um pioneiro na instalação dessas colmeias. Nosso principal objetivo é promover o conhecimento sobre as abelhas sem ferrão e contribuir para sua preservação”, ressaltou.

Para o meliponicultor Gabriel Costa, também presente na abertura, a criação do meliponário é mais do que uma ação simbólica, é um convite à reflexão sobre a importância da sustentabilidade em espaços urbanos. “Para mim é quase a realização de um sonho instalar um meliponário no Centro do Rio, no sentido de conseguir fazer a meliponicultura urbana. Pensando em como eu comecei isso, anos atrás, ao polinizar uma plantação de abóbora, fui entendendo, na verdade, a importância da preservação e da conservação, conservar o que já existe e preservar o que está aí e o que está por vir”, pontua. O especialista lembra que a maior biodiversidade de abelhas do mundo, responsáveis por grande parte da polinização de plantas e flores, está no Brasil mas, infelizmente, ainda falta consciência da população do país sobre a importância dessa riqueza ecológica. “Espero que as abelhinhas tragam um pouco mais de consciência no sentido de que esses bichinhos estão mais ao redor do que a gente percebe”, refletiu Gabriel.

Junto ao meliponário, que conta com três caixas com abelhas das espécies Iraí e Jataí, foi inaugurada a escultura Monumento à Biodiversidade Brasileira, uma homenagem da artista Manu Alves a mais de 500 tipos de abelhas nativas existentes no Brasil. A obra de arte em mármore e resina que ficará permanentemente nos jardins do CCJF marca o contexto de crise ambiental global e enaltece as abelhas brasileiras sem ferrão, destacando a beleza e unicidade de cada uma e conectando arte e educação ambiental. “A biodiversidade no Brasil é imensa e precisamos compartilhar conhecimento e saber como preservar  a natureza. Então, queria agradecer pelo convite. É uma honra poder inaugurar uma obra de arte no Centro Cultural Justiça Federal, principalmente no 1º meliponário em um centro cultural no estado do Rio”, ressaltou Manu. A artista explica que a obra que complementa o meliponário tenta comunicar um pouco da biodiversidade presente no país. “É um monumento à biodiversidade brasileira pois fiz a representação de alguns pitos (entrada das colmeias) de diversas espécies de abelhas nativas brasileiras para entendermos a dimensão e a unicidade de cada uma, o quão incrível é aprender e entender a importância delas”, explicou.

Próximas atividades do Programa Clima de Mudança — Para os interessados em aprender mais sobre o universo da meliponicultura, no próximo dia 26, às 17h, acontece a palestra gratuita Abelhas Nativas sem Ferrão: Conheça as Guardiãs da Biodiversidade, ocasião em que serão abordados assuntos como: o que são as abelhas sem ferrão, sua importância ecológica para os biomas brasileiros, os produtos do meliponário e outras curiosidades. Ao final da apresentação realizada por Gabriel Costa, ocorrerá uma visita orientada às colônias recém-instaladas nos jardins. Já nos dias 27 e 28 de setembro, das 11h às 18h, acontece o Curso Básico de Meliponicultura: Crie Abelhas Nativas em Casa que abordará a biologia das abelhas, modelos de caixas, técnicas de manejo, alimentação e divisão de enxames. O curso inclui visitas técnicas às colônias do jardim para observação prática. O investimento é de R$120. Para se inscrever, acesse aqui. Saiba mais sobre as atividades no site do CCJF

Cinco pessoas posam sorridentes em um jardim, em frente a um prédio envidraçado. À esquerda, dois homens usam terno e gravata. Ao centro, uma mulher veste roupa preta e colar geométrico, ao lado de um homem de camiseta preta e bermuda azul. À direita, uma mulher usa blusa marrom de ombro caído, cachecol preto e botas. À frente, há flores coloridas.
Foto: da esquerda para direita, Ricardo Horta, diretor-executivo do CCJF, Dr. Theophilo Miguel, diretor-geral do CCJF, Manu Alves, artista, Gabriel Costa, meliponicultor, e Maria Oliveira, diretora de Cultura do CCJF. Todos prestigiaram a abertura do meliponário nos jardins do CCJF.