Mozart, Brahms e uma homenagem à brasilidade: os dois shows, foram um sucesso
A programação musical de outubro no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) foi intensa e para todos os gostos. Música de qualidade não faltou. As apresentações da atração internacional, Trio Callas, parte da turnê Américas, e a homenagem do pianista Leandro Braga, no show Dedicatória, a figuras indispensáveis da história, da cultura e da vida brasileira, integraram essa programação.
Trio Callas
Em 2021, três amigos que moram em Salzburgo, na Áustria, cidade natal de Mozart, decidem criar um trio, o multicultural Trio Callas, integrado pelo violinista português Miguel Rocha, pelo violoncelista nipo-brasileiro Lucas Garcia Muramoto e pela pianista francesa Bella Schütz. O resultado do talento do grupo se mostrou logo depois, ao vencerem importantes concursos mundiais em Paris e na Polônia. No último dia 15 de outubro, o Trio Callas se apresentou nos palcos do teatro do CCJF arrancando aplausos e pedidos de bis do público. A apresentação, que teve na programação sinfonias de Mozart e Brahms, fez parte da 2ª turnê internacional do trio, que passou pelo Canadá, Estados Unidos, Brasil, Argentina e Uruguai. “Achei o trio maravilhoso, o piano incrível, o violino e o violoncelo também. Foi emocionante, eles fizeram uma apresentação maravilhosa, em todos os sentidos. No final, lembro que falei: bravo!”, conta, entusiasmado, Waldinar Santos, professor de História e amante de música clássica.
O grupo é reconhecido pela diversidade de suas origens culturais e pelo estilo único, que inclui colaborações de artistas de jazz e música popular brasileira, além do repertório tradicional erudito. Segundo Lucas Muramoto, integrante do trio, foi inesquecível tocar na cidade do Rio de Janeiro — o que aconteceu pela primeira vez na carreira do grupo —, em um prédio histórico, com uma bela arquitetura e na companhia de um público especial. A expectativa é voltar a se apresentar várias outras vezes em terras cariocas. “Ficamos completamente fascinados pela cidade, a natureza realmente foi generosa com o Rio. Nunca vi nada igual no mundo. Foi ótimo ter se apresentado no CCJF. Apesar de ter uma arquitetura de influência europeia, senti uma brasilidade muito forte no espaço. Foi também especial para nossos colegas europeus, que puderam ter um contato mais próximo com a nossa história”, ressalta o musicista, acrescentando que se apresentar em um lugar como o CCJF dá a sensação de “sentir o peso da história” do local e “das pessoas que já passaram por lá”. “Acho que foi um fator que nos inspirou profundamente na performance. Também foi uma oportunidade maravilhosa para nos conectar com o público do Rio. Foi uma experiência rica vivenciar a cultura e o estilo de vida carioca. Esperamos voltar muitas vezes para essa cidade, para compartilhar nossa música com esse público tão especial”, conclui.