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O EGO e SETEMBRO AMARELO

por Bruno Caldeira, ator da peça EGO.
Publicado em:
10/10/2024
A imagem mostra um homem sorrindo levemente, com cabelos loiros e ondulados, barba curta e tatuagem no pescoço. Ele usa brincos de argola e uma camiseta com estampa em preto e branco. Ao redor do seu pescoço, há um colar rosa. O ambiente parece ser um salão de beleza ou um estúdio de maquiagem, com espelhos e luzes ao fundo, além de outras pessoas visíveis ao fundo, desfocadas. O clima da foto é descontraído e informal.
O artista ficou em cartaz com a peça EGO no Teatro do CCJF durante o mês de setembro.

"Praticar o autoconhecimento é como olhar para um espelho que reflete não apenas a nossa aparência, mas também a nossa essência."

Olá. Sou o Bruno Caldeira, ator e autor do espetáculo EGO que recentemente cumpriu temporada no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) com excelente repercussão sobre as artimanhas do ego e de como ele é capaz de nos separar uns dos outros e de nossa verdadeira essência. O espetáculo surgiu após uma experiência traumática pela morte de uma gata conduzindo o espectador a uma viagem profunda de como um ego mal administrado pode ferir aos outros e principalmente a nós mesmos.

 

Através de uma narrativa “Teatro de Depoimento” com citações psicológicas e filosóficas, abordo também sobre a relevância do suicídio. Qual o real impulso? Seria um ego doente? Pura vaidade dele próprio? Ou uma mente desgovernada como um carro sem freio descendo uma ladeira? Os verdadeiros impulsos não saberemos. Mas é possível saber que buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem. E que “Setembro Amarelo” é um mês dedicado à conscientização sobre a saúde mental e prevenção do suicídio. Reconhecer quando estamos tristes ou ansiosos de forma persistente e procurar apoio profissional pode fazer valiosa diferença. Mas o ego pode ser um grande obstáculo para o autoconhecimento, porque muitas vezes, ele nos faz acreditar que precisamos ser perfeitos ou que não podemos demonstrar vulnerabilidade.

 

Aprender a reconhecer quando é o ego agindo, pode ser um degrau para uma vida mental mais saudável. Um desses reconhecimentos que me despertou “certa lucidez” foi através da morte de uma gata. Por descuido acidental conduzido pelo meu ego inconsequente aliado a um EU inconsciente, resultou neste acidente. Imagine a mente como um jardim. Para que floresça é necessário cuidado constante: regar, podar, remover as ervas daninhas. A saúde mental funciona da mesma forma, mesmo que a nossa mente interprete que quando falamos “EU”, criamos uma identidade aliada ao ego. Então, o que é este “Eu?” Quem é este “Eu?” O que me faz ser “Eu?” O suicídio seria um impulso inconsequente do ego ou o “Eu” divagando por uma mente barulhenta? Não acharemos respostas, apenas perguntas. Mas entre o espaço de uma resposta e uma pergunta, podemos respirar. É como aprender a engatinhar. E quando de pé, abrimos espaço no inconsciente que nos permite explorar territórios muitas vezes negligenciados.

 

Praticar o autoconhecimento é como olhar para um espelho que reflete não apenas a nossa aparência, mas também a nossa essência. Durante o Setembro Amarelo é um momento para quebrar tabus e estigmas, reconhecendo que todos nós, em algum momento, precisamos de apoio emocional. É um exercício de honestidade e coragem com a gente mesmo: enfrentar as nossas sombras para consequentemente celebrar nossas luzes.

 

Instagram: @brunocaldeira_ego