Pular para o conteúdo principal
VitralLogomarca VITRAL CULTURAL

 A arte documental de Sérgio Tréfaut

Publicado em:
10/10/2024
A imagem mostra um grupo de pessoas assistindo a um filme em uma pequena sala de cinema ou auditório. A projeção na tela exibe uma cena de diálogo entre uma menina e um senhor de turbante, com legendas visíveis na parte inferior. A sala está escura, com as luzes apagadas, criando um ambiente imersivo para os espectadores, que estão sentados em fileiras de cadeiras acolchoadas. Todos estão voltados para a tela, e o clima parece tranquilo e focado na exibição do filme.
Público assiste à mostra de Sérgio Tréfaut, no Cinema do CCJF.

O teatro e o cinema do Centro Cultural Justiça Federal estão abertos para a exibição de uma retrospectiva integral de filmes do cineasta brasileiro Sérgio Tréfaut desde 11 de setembro até amanhã, dia  11 de outubro. A mostra Regresso ao Brasil reúne 12 filmes, entre curtas, médias e longas durações, produzidos entre 1992 e 2022.

 

Além de cineasta, Sérgio também é jornalista e militante comunista. Foi exilado politicamente aos 11 anos de idade após seu irmão mais velho ser preso e torturado pela ditadura brasileira que teve início em 1964. Realizou filmes em diversos idiomas que constroem retratos coletivos, onde a ficção e o documentário se cruzam, ecoando sempre o sentimento de expatriação que tem consigo.

 

Em entrevista ao CCJF, Trefáut afirmou que a mostra está sendo muito importante, particularmente porque cada projeção é seguida de debate com um convidado de luxo, como Amir Labaki, Helena Solberg, Karen Harley, Sandra Kogut, Consuelo Lins, Edgar Moura, Lúcia Mutat, entre muitos outros. “É um privilégio poder conversar sobre os meus filmes com pessoas tão maravilhosas, que são referências nesta área.”. Destaca também que, apesar de ser paulistano, a maioria de seus filmes foram produzidos em Portugal e apenas um filme tem participação brasileira. Diz que o título da mostra Regresso ao Brasil procurou oferecer ao público do Rio a possibilidade de se familiarizar com um cinema de um brasileiro vira-lata e que se sente muito feliz em poder compartilhar os retratos de comunidades, que funcionam também como uma viagem. “Tem sido muito gratificante o retorno do público!” celebra Sérgio.

 

As sessões exibiram os documentários do diretor e produtor de filmes, alguns deles foram: Fleurette (2002), no qual o cineasta analisa o passado de sua mãe francesa, unindo o amor e a política desde a França ocupada pelo nazismo até a ditadura brasileira, A Cidade dos Mortos (2009) que mostra a vida em El Arafa, a maior necrópole do mundo, Viagem à Portugal (2011) que mostra os procedimentos de controle de estrangeiros e o tratamento desumano nos aeroportos europeus e Treblinka (2016) em memória às vitimas e os fantasmas do Holocausto. O último dia da mostra será em 11 de outubro e exibirá A Noiva (2022), seu mais recente projeto. Ainda dá tempo de aproveitar o último dia, você não pode perder!