Ego: entre dores e reflexões
O Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) recebeu, durante três finais de semana de setembro, a peça Ego. Bruno Caldeira é o nome por trás desse espetáculo que brinca com o inconsciente humano através de uma narrativa de “Teatro de Depoimento” construída através de relatos reais do autor e ator, inspirados em uma experiência traumática pela morte de uma gata.
E é justamente no mês da prevenção ao suicídio que a peça ocupou o palco do Teatro do CCJF. Com um nome um tanto psicanalítico e curioso, o espetáculo é fora do comum em diversos sentidos. Através de uma narrativa pouco linear, Bruno Caldeira atraiu olhares, hora confusos, hora certos de uma certeza que nem o autor tem.
O ator, Bruno Caldeira, em cena na peça Ego, no teatro do CCJF.
Motivado por um trauma, Caldeira provocou os espectadores com questionamentos sem respostas. Segundo a espectadora Bianca Walsh, "Ego é uma peça inquietante e provocadora que nos faz refletir sobre como somos conduzidos pela vida formatada, pasteurizada e de “plástico” do mundo atual. O espetáculo provoca um retorno para a humanidade e a autenticidade, estados que nos permitem olhar para o outro e para o que somos genuinamente”.
Ego é um soco no estômago com luvas macias. Com citações psicológicas e filosóficas, é um convite a um mergulho profundo no inconsciente humano, a encarar o Ego como "capaz de nos separar uns dos outros e de nossa verdadeira essência", como Bruno Caldeira escreveu em seu artigo.