
Palavras transformadas em ímã: oficina ensina como reter a atenção do público na leitura de textos em voz alta

Com o avanço da tecnologia — e, junto dela, a criação de uma infinidade de ferramentas dispersivas —, a arte de conseguir a atenção das pessoas por um tempo sem que elas percam o foco exige, mais do que nunca, técnica, conhecimento, concentração, além de uma boa dose de carisma e paixão pelo que se propõe a fazer: seja contar uma história, recitar um poema, interpretar, lecionar, cantar, palestrar…São inúmeras as atividades que levam uma pessoa a buscar aprimorar a leitura de textos em voz alta para públicos variados e exigentes. No sentido de ajudar profissionais — assim como amadores ou demais interessados — a transmitir mensagens para o público que, hoje, consome multi informações, por vezes ao mesmo tempo, a Sala de Leitura do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) recebeu, no último dia 16, A Voz das Palavras – Oficina de Oralidade Literária, evento gratuito que fez parte do Rio Capital Mundial do Livro, título concedido anualmente pela Unesco para valorizar o livro e a leitura nas cidades.
A iniciativa, coordenada por Andreia Fernandes, professora de teatro, escritora e dramaturga e Flávio Lanzarini, mestre em teatro, diretor e professor de teatro, se propôs a facilitar essa comunicação em voz alta, ensinando aos participantes técnicas de linguagem teatral para potencializar a leitura de poemas, textos literários, entre outros. O intuito foi promover o interesse e a atenção continuada do público presente em relação à obra lida. Andreia resume o encontro com “uma grande realização, um grande sucesso e um imenso prazer”. “Estivemos juntos com 14 pessoas, dentre escritores, professores e funcionários públicos. Oferecemos jogos teatrais, assistimos a vídeos de atores interpretando textos e analisamos diversas possibilidades para enriquecer a leitura de um texto. Ao final, cada participante leu em voz alta um texto de sua escolha e o resultado foi surpreendente”, conta.
A professora destaca o retorno positivo dos participantes sobre como a oficina impactou e ampliou os olhares sobre os textos trabalhados. “Sem falar na troca afetiva que aconteceu durante a oficina, com a interação entre participantes tão diversos”, salienta agradecendo, inclusive, toda a equipe do CCJF pela organização e competência no trabalho. Quanto ao conteúdo programático, A Voz das Palavras, foi divida em três partes: 1-Desconstrução de um texto, momento em que os presentes puderam brincar com o texto para descobrir suas potencialidades, escolhendo ritmos, dando ênfases em determinadas partes e imprimindo emoções na leitura; 2- Apresentação de leituras de textos feitas por atores consagrados, parte da oficina em que os facilitadores apontaram algumas escolhas de atores ou atrizes para os textos; e 3 -Leitura de textos, rodadas em que houve trocas entre participantes para que cada um pudesse mostrar sua interpretação na leitura de um texto trazido pelo outro participante. Logo após, a atividade foi analisada pelos professores e entre eles. A interação e as diferentes visões de leitura, baseada na experiência de vida de cada um, fechou o encontro com chave de ouro, atiçando os participantes que, certamente, ficaram com um gostinho de ‘quero mais’.