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Em setembro o amarelo não é só da primavera

ecos de uma história compartilhada
Publicado em:
10/10/2024
A imagem mostra uma mulher de pé, gesticulando com as mãos enquanto fala, em um ambiente interno com iluminação de teto. Ela veste um vestido preto simples e seus braços estão enfaixados, com marcas vermelhas visíveis nos pulsos, indicando algum tipo de performance dramática. A expressão em seu rosto parece intensa e especializada, como se estivesse interpretando algo emocionalmente carregado. O local parece ser uma galeria ou um auditório pequeno, com paredes bege e teto branco com iluminação embutida.
Na Sala de Sessões, Jussilene Santana conversa com estudantes sobre o Setembro Amarelo.

No dia 24 de setembro, o Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) abriu suas portas para adolescentes do segundo ano do ensino médio testemunharem um monólogo da atriz e pesquisadora Jussilene Santana. Em setembro o amarelo não é só da primavera foi uma conversa honesta com cada estudante presente. Seus olhares tímidos acompanhavam a protagonista daquele espetáculo contando uma história que, afinal, podia ser a deles. 

 

A mulher vestida de amarelo com gazes manchadas de sangue nos pulsos, conseguiu, através de piadas e provocações, cativar os meninos, que respondiam a cada gesto, a cada pergunta, a cada grito por socorro que ecoava pelos corredores do CCJF. O monólogo da protagonista é um relato sobre as dificuldades psicológicas vividas por sua melhor amiga, Cecília, e faz parte de uma pesquisa da atriz e diretora do Instituto Martim Gonçalves, professora especialista em estudantes com necessidades especiais.

 

A cada 45 minutos acontece uma morte por suicídio no Brasil, não é a toa que a peça de Jussilene tem 45 minutos e foi realizada no mês da conscientização da prevenção ao suicídio. A atriz, inspirada por sua juventude cheia de dúvidas e pelas filhas, sabe que a depressão é um ciclo e que pode acontecer com qualquer pessoa — "esses adolescentes ficam com a minhoca na cabeça, mas não colocam nada para fora". Foi pensando nisso que a peça surgiu, é um espetáculo de mão dupla. Os alunos contaram a história com Jussilene, a história precisava disso para se desenrolar. E foi no meio de uma timidez engraçada e de olhares ávidos de curiosidade que essa narrativa foi contada. E aqueles gritos que ecoaram pelos corredores do CCJF, ecoaram também na mente daqueles jovens.