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Diálogos para reforçar a memória da artista Ana Mendieta

Publicado em:
10/07/2025
Totem vermelho exibe texto de apresentação da mostra “Cartas à Mendieta” na Galeria de Exposições com piso de madeira. Ao fundo, duas pessoas observam e conversam diante de obras expostas em paredes brancas. O ambiente tem iluminação clara, aspecto minimalista e acolhedor, destacando o caráter reflexivo e artístico da exposição, que homenageia Ana Mendieta reunindo cartas e vídeos de artistas latino-americanas.

Ao tratar de temas como feminismo, relação do corpo com a natureza — usando matérias-primas como lama, carvão e fogo — e migração, a artista cubano-americana Ana Mendieta escreveu seu nome na história da arte. Ela teve o futuro interrompido ao morrer misteriosamente, em 1985, após cair do 34º andar do prédio onde morava, em Nova Iorque — tragédia que ecoa até hoje como símbolo das lutas das mulheres na arte. A exposição Cartas à Mendieta, cuja abertura se deu no último dia 25, no Gabinete de Fotografia do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), celebra o legado da artista, reunindo trabalhos de 40 artistas latino-americanos em vídeos-cartas que dialogam com sua obra. Através de performances, textos e imagens, a exposição revive temas como identidade, exílio e resistência. A homenagem coletiva, realizada pelo grupo Latinas práticas artísticas contra coloniais, une passado e presente, fortalecendo vozes femininas na América Latina. "Em 2025, completam-se 40 anos da morte precoce de Ana Mendieta, artista visionária cuja obra foi interrompida por um possível feminicídio. Inspirados na força dessa artista, concebemos um projeto que dialoga com sua poética. A mostra não apenas homenageia sua memória, mas atualiza seu protesto, desafiando as estruturas que ainda tentam apagar corpos e histórias como os dela", ressalta Manuela Leite, uma das curadoras da exposição, junto com Guadalupe Carrizo e Raquel Rodrigues.

Além da exibição dos vídeos, farão parte do espaço expositivo, imagens impressas dos manuscritos das cartas selecionadas para a mostra. Outro objetivo do projeto, que faz uma interseção entre o feminismo contemporâneo e a obra de Mendieta, é catalisar uma reflexão crítica sobre as narrativas dominantes, promovendo um espaço de resistência e empoderamento para as vozes femininas na esfera artística.

Cartas à Mendieta, que fica no CCJF até dia 24 de agosto, também realizará atividades extras enquanto estiver ocupando o Gabinete de Fotografia do CCJF: dia 23 de julho, às 17h, acontece visita mediada e roda de conversa; dia 6 de agosto, às 15h, na Sala de Cursos, será ministrada Oficina de escrita intuitiva - Cartas à Mendieta, e, dia 24 de agosto, às 15h, no Cinema, haverá exibição de filmes seguidos de roda de conversa com as curadoras da exposição. Mais detalhes aqui.

A mostra é gratuita, e funciona de terça a domingo, das 11h às 19h. A classificação indicativa é 18 anos.