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Abertura de três exposições no CCJF em novembro, com presença ilustre de Chico Buarque

Publicado em:
10/12/2024
A imagem mostra seis pessoas em uma sala de exposições do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), com piso de madeira e a bandeira vermelha do MST ao fundo. O evento é a inauguração das exposições "Infinitos - Pinturas Recentes de Maria Lynch", "Espaços Quânticos", de César Oiticica Filho, e "Lona Preta: o MST no Olhar de Francisco Proner". Estão presentes Evandro Salles, Simone Schreiber, César Oiticica Filho, Chico Buarque, Francisco Proner e Carol Proner, em clima de celebração cultural.
Na foto, Evandro Salles, curador do CCJF, Simone Schreiber, diretora-geral do CCJF, César Oiticica Filho, artista visual, Chico Buarque, cantor e compositor, Francisco Proner, fotógrafo, e Carol Proner, advogada.
O 1º andar do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, está transbordando arte. No sábado, dia 9/11, aconteceu a abertura de três exposições, gratuitas, que ocupam as galerias e o Gabinete de Fotografia do CCJF até 16 de fevereiro de 2025, de terça a domingo, das 11h às 19h. As mostras Infinitos - Pinturas Recentes de Maria Lynch, Espaços Quânticos, de César Oiticica Filho e Lona Preta: o MST no Olhar de Francisco Proner, se valem de contrastes inspiradores, sejam eles visuais, como é o caso das obras dos artistas Maria Lynch e César Oiticica Filho — que experimentam uma mescla de cores vibrantes e variações de formas —, ou sociais por meio das fotografias em preto e branco do fotojornalista Francisco Proner, que documenta a vida e luta do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) do Brasil. A ocasião foi propícia para a visita de convidados ilustres, dentre eles o cantor, compositor, dramaturgo e escritor brasileiro, Chico Buarque, ícone da história do país.
 
Chico interagiu com a sala sensorial de Cesar Oiticica, deitando nos tapetes de palha para ter a experiência completa que o espaço oferece, além de contemplar os quadros e fotos das mostras. Sobre o tema MST, de Lona Preta, ele confessou ter afinidade com o assunto, especialmente em função do massacre do Eldorado Carajás, ocorrido em 1996, no sul do Pará. “De certa forma, acompanhei a tragédia quando trabalhei junto com o Sebastião Salgado e José Saramago, no livro “Terra”, que aborda esse episódio sangrento, terrível e o Fran (Francisco Proner) retrata isso com propriedade, ele vai atrás, não só fotografa, mas se integra à fotografia e ao ambiente”, ressaltou Chico.
 
A imagem mostra uma parede escura em uma sala de exposições. No lado esquerdo, está pendurada a bandeira vermelha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com seu símbolo verde no centro. À direita, há três fotografias em preto e branco dispostas verticalmente, retratando cenas do cotidiano em ambientes rurais, com destaque para pessoas e paisagens relacionadas ao movimento. A composição sugere uma exposição dedicada à luta e à vida no campo.
Parte da parede expondo as fotografias de Francisco Proner, 
no Gabinete de Fotografia do CCJF.
 
Mabel Chaves, socióloga, que deixou o país em 1980, durante a Ditadura Militar, e passou anos em Genebra, na Suíça, se emocionou com as obras de Proner. “Retratar a luta do MST me toca muito. Sempre trabalhei com temas sociais. Meu marido foi autoridade no refúgio político, sempre fomos muito interessados pela realidade dos sem terra, é algo vanguardista, maravilhoso. Falo isso com nó na garganta, de emoção”, conta Mabel. Ao se deparar com as obras de Espaços Quânticos, Eduardo Folly, administrador de empresas, ficou impressionado. Ele explica que conseguiu admirar o trabalho, que inclui pinturas em tela e impressões em tecidos que reproduzem as imagens “quânticas” — construídas com base na sobreposição de cores, luz e papel fotográfico —, não apenas por um único ângulo mas em vários deles. “Consegui navegar em cada obra por ângulos diferentes, enxergar assuntos diferentes e isso me remeteu demais a física quântica que traz todo um universo. Ao contemplar as obras do artista, consegui entendê-las de diversas formas e isso me chamou muito a atenção”, destacou.
 
A imagem mostra uma sala de exposições com paredes em tom neutro e piso de madeira. Quatro obras de arte estão expostas, apresentando composições geométricas abstratas com linhas diagonais e blocos de cores vibrantes, como vermelho, laranja, roxo e azul. A iluminação direcionada destaca as pinturas, que parecem ser parte de uma mostra contemporânea com foco em formas e cores dinâmicas. O ambiente é moderno e minimalista, ideal para a apreciação das obras.
Parte da parede telas de Cesar Oiticica Filho, 
em uma das galerias de exposições do CCJF.
 
As obras de Maria Lynch também agradavam bastante o público, que comentava sobre elas entusiasmado sobre a composição de cores, temas e inclusive o tamanho das obras selecionadas, enquanto circulava nas galerias, no dia da abertura. Uma das telas, inclusive, precisou ser transportada em um caminhão maior para conseguir chegar ao espaço e ser exibida aos visitantes. “A exposição de Maria Lynch surpreende pelas incríveis cores e grandes dimensões propostas em cada obra. Gostei bastante das combinações e de como as cores conversam. Sou fã!”, comentou Clauky Boom, poeta e artista visual que conferiu a abertura da mostra.
 
A imagem mostra duas pessoas caminhando por uma galeria de arte. Ao fundo, uma grande pintura colorida, com tons vibrantes de azul, rosa e verde, está exposta em uma parede bege. A pessoa à esquerda veste uma camisa estampada, shorts amarelos e um chapéu branco, enquanto a outra, à direita, usa uma blusa de estampa similar e calça clara. O ambiente tem um piso de pedra polida e uma grande porta de madeira, sugerindo um espaço sofisticado e culturalmente dedicado à arte.
Uma das telas de Maria Lynch, 
que ocupa as galerias de exposições do CCJF.