
debate com
Susanna Lira
Felipe Magaldi
José Bessa
Sandra Benites
Dario Gularte
Gratuito*
*senhas distribuídas 30 min antes

Sinopse
MOSTRA 60 X 6 (Cinedebate)
Ciclo de encontros cinematográficos mensais que, a partir da Ditadura Militar, provocam reflexões sobre temas imbricados em nossa sociedade até hoje. Sempre na 2ª terça-feira de cada mês.
Os bate-papos ocorrerão após a exibição dos filmes, transversalizando os debates e enriquecendo com a troca de experiências.
SESSÃO ANTROPOLOGIA E POVOS ORIGINÁRIOS
O ocidente se alicerça numa conceituação fundacional e civilizatória que vem desde a antiguidade. Esta construiu os pilares do mundo ocidental e constituiu a versão oficial da mítica criação do universo - adicionando, com o tempo, elementos religiosos e científicos, mediante suas narrativas históricas e sua ideologia cultural.
Esse mesmo projeto, sistêmico, nos afasta de uma compreensão mais ampla e profunda sobre as nossas origens. Assim, de outras filosofias e cosmovisões que nos ajudem na busca da integração e do equilíbrio em nosso ecossistema, em vez de continuar provocando estranhamento, disgregação e fragmentação.
Sem esses conhecimentos e saberes integrados, como construir um futuro acorde às necessidades de preservação e evolução contemporâneas?
Programação
17h - Exibição de filmes
- "CAMINHO DOS GIGANTES" (Ano: 2016. Duração: 11’52”. Cor. Livre)
- Sinopse
Em uma floresta de árvores gigantes, Oquirá, uma menina indígena de seis anos, vai desafiar o seu destino e entender o ciclo da vida. - Direção
Alois Di Leo
- Sinopse
- “INCONTÁVEIS. [Episódio 6]: Povos Indígenas na ditadura” (Ano: 2021. Duração: 14’19”. Cor. 12 anos)
- Sinopse
Neste episódio, vemos como, durante a ditadura, os povos indígenas foram alvo de remoções, massacres e epidemias em nome do desenvolvimento e da segurança nacional. Empresários, banqueiros, latifundiários e agentes do Estado se aliaram para "pacificar" os índios arredios e acelerar sua "integração" à sociedade nacional. Retirando-os de suas terras, construíram estradas e hidrelétricas, e instalaram atividades econômicas tais como agropecuária e mineração, gerando poluição e destruição. Por outro lado, o filme retrata também a luta de sertanistas, antropólogos e missionários, o surgimento do movimento indígena unificado e os desafios do período democrático. A narração é de Douglas Krenak, cuja família foi exilada de seu território sagrado durante a ditadura. - Realização
Comissão da Verdade e Memória - UFRJ
- Sinopse
- "A MÃE DE TODAS AS LUTAS" (Ano: 2021. Duração: 84’. Cor. 14 anos)
- Sinopse
Uma narrativa que recorre à memória para vislumbrar um futuro de mudanças sob a ótica feminina. O filme acompanha a trajetória de Shirley Krenak e Maria Zelzuita, mulheres que estão na frente da luta pela terra no Brasil. Shirley traz a missão de honrar as mulheres e a sabedoria das Guerreiras Krenak, da região de Minas Gerais. Maria Zelzuita é uma das sobreviventes do Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, e suas trajetórias nos ligam ao conceito da violência e apropriação do corpo feminino. - Direção
Susanna Lira
- Sinopse
19h - Debate
Ficha-técnica
- Organização e Curadoria: DARIO GULARTE
- Realização: DOMÍNIO PÚBLICO AGÊNCIA CULTURAL
- Apoio Institucional: CENTRO CULTURAL DA JUSTIÇA FEDERAL - RJ
- Registro imagético: DANIELE GRAZINOLI
Sobre os debatedores
SUSANNA LIRA
Cineasta, pós-graduada em Filosofia, Direito Internacional e Direitos Humanos, especializada em biopolítica criminal. É mestranda em Psicanálise. Dirigiu mais de 15 longas-metragens e dezenas de curtas e séries, acumulando mais de 120 prêmios em festivais no Brasil e no exterior. Entre seus trabalhos de maior destaque estão: "Fernanda Young - Foge-me ao Controle" (2024), “Nada Sobre Meu Pai” (2023), “Jessie e Colombo” (Globoplay, 2023), "Não Foi Minha Culpa” (ficção, Star Plus, 2022), “Adriano Imperador” (Paramount Plus, 2022), “Casão, Num Jogo Sem Regras” (Globoplay, 2022), “A Mãe de Todas as Lutas” (2021), “Torre das Donzelas” (2018), “Mussum, Um Filme do Cacildis” (2018). Ao longo de 20 anos de carreira trabalhou para principais veículos de comunicação. Possui uma longa e reconhecida carreira como diretora, tendo sido inclusive homenageada em vários países: no Festival FEMCINE, no Chile em 2019; no Festival Tenemos que ver no Uruguai em 2018 e no Festival de Cine Independente de Mar del Plata 2016 na Argentina, com a mostra "Susanna Lira - Hasta el limite". No Brasil, foi homenageada em 2021 com a Mostra SUSANNA LIRA, organizada pelo Infinitto Festival.
FELIPE MAGALDI
Antropólogo, professor e pesquisador. Graduado em Ciências Sociais pelo IFCS/UFRJ. Realizou mestrado na UFF e doutorado no Museu Nacional/UFRJ, ambos em antropologia. Concluiu estágios de pós-doutorado na Universidad Nacional de Córdoba (Argentina), Università Roma Tre (Itália) e Universidade Federal de São Paulo. Autor do livro "Mania de Liberdade: Nise da Silveira e a humanização da saúde mental no Brasil" (Ed. FIOCRUZ, 2020), produto da tese vencedora do Prêmio Capes de Teses - Antropologia e Arqueologia (2019), e co-organizador de "Memória, Movimentos Sociais e Direitos Humanos" (Ed. UFRJ, 2024). Colaborador da Comissão da Memória e da Verdade/UFRJ desde 2019, roteirista e pesquisador da série "Incontáveis", pesquisador colaborador da Fundação Basso e colunista do site História da Ditadura. Ensina, pesquisa, faz projetos de extensão e parcerias com movimentos sociais nas áreas de saúde mental, memória social e direitos humanos.
JOSÉ BESSA
José Ribamar Bessa Freire é doutor em Letras pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Cursou doutorado em História na École des Hautes Études en Sciences Sociales, na França. Orienta pesquisas de mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), especialmente com os temas de história social das línguas, línguas indígenas e literatura oral. É professor da UERJ, onde coordena o Programa de Estudo dos Povos Indígenas. Participa do Grupo de Trabalho de Sociolinguística da Anpoll e é consultor do Ministério da Educação para questões de educação indígena. Publicou vários livros, entre os quais Rio Babel: a história das línguas na Amazônia (2004). Pela Contexto é autor do livro O Português e o Tupi no Brasil.
SANDRA BENITES
Nasceu na aldeia Porto Lindo, no Mato Grosso do Sul, e hoje vive e trabalha entre o Rio de Janeiro e São Paulo. É curadora, educadora e pesquisadora Guarani-Nhandeva. De 2010 a 2013, foi professora de guarani na Associação Indígena Guarani e Tupinikin – AITG, escola indígena na aldeia Três Palmeiras, no município de Aracruz, no Espírito Santo. Benites é doutoranda em antropologia social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Como curadora, se dedica à arte indígena – conceito bastante amplo, que engloba a produção de diferentes povos, etnias e culturas. O Brasil conta hoje com 305 etnias indígenas identificadas, cada qual com sua própria cosmologia e visão de mundo. Para Benites, arte indígena é eterno movimento e tem relação profunda com a vida, a natureza, o sagrado e o corpo. Em 2017, juntamente com José Ribamar Bessa, Pablo Lafuente e Clarissa Diniz, foi curadora da exposição Dja Guata Porã – Rio de Janeiro Indígena, no Museu de Arte do Rio (MAR), no Rio de Janeiro. Em 2019, foi nomeada curadora adjunta de arte brasileira do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Tratou-se de um marco na história dos museus e da curadoria no Brasil, por ser a primeira curadora indígena a integrar a equipe curatorial de um museu de arte no país. Em 2023, a programação do Masp será inteiramente dedicada às Histórias Indígenas, abrangendo a história indígena do Brasil, assim como de outros países, e contará com obras de povos originários dos mais diversos territórios do planeta.
Apoio
- COALIZÃO BRASIL POR MEMORIA, VERDADE, JUSTIÇA, REPARAÇÃO E DEMOCRACIA.
- COMISSÃO DA VERDADE E MEMÓRIA – UFRJ