Sinopse

Na terceira edição do evento Disseminário: Desconstrução, Psicanálise e Literatura: estranhas familiaridades, o organizador do evento, Diogo Bogéa, recebe como convidada a professora titular da UERJ Alice Casimiro Lopes para a palestra “A literatura como ato de educar: rasurando as fronteiras entre ficção e não ficção”.

“Disseminário”: não é um “seminário” tradicional. E sim uma certa “disseminação” de significações, relações e diferenças, como dizia o pensador Jacques Derrida, cuja obra é mundialmente reconhecida como “Desconstrução”.

Com a desconstrução é questionada a compreensão da linguagem como mero reflexo da realidade ou como sistema de significados estáveis que nos permitem acessar a realidade.

Diferentemente, a linguagem constitui e dá sentido ao que usualmente denominamos realidade. E o faz por meio do discurso como prática social. Assim, a fronteira construída entre ficção (textos ditos criativos e inventados) e não ficção (textos considerados objetivos, baseados nos fatos e/ou na demonstração matemática) torna-se cada vez mais porosa.

Simultaneamente, outras interpretações são feitas sobre o que se interpreta como sendo literatura, essa estranha instituição que pode dizer tudo, como bem afirma Derrida. É nesse contexto que a literatura é pensada como ato de educar.

Não se fala aqui de uma noção restrita e muito corrente de educação, vinculada ao ensino, à didatização e à transmissão de conteúdos, por vezes suposta como conscientizadora, uma noção que não corresponde à própria educação escolar. Fala-se aqui do ato de educar remetido à indecidibilidade do significado, à desestabilização da autoridade, ao adiamento constante do sentido, ao diferir da relação com o outro, da ordem do imprevisível.

A desenvolver tais questões - entrelaçando o tema com sua própria trajetória como educadora, leitora e escritora de ficção e de não ficção – teremos a professora Alice Casimiro Lopes, autora de livros e doutora em Educação pela UFRJ.

Esse evento faz parte do Rio Capital Mundial do Livro.