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Afrofuturismo Conversas Ancestrais sobre o Futuro ressignifica o amanhã

Publicado em:
10/09/2025
Cinco pessoas estão lado a lado, sorrindo para a foto em ambiente interno. À esquerda, um homem de camiseta azul com estampa colorida, seguido por uma mulher de vestido laranja, um homem de camiseta verde, uma mulher de vestido listrado em cores vibrantes e outra de vestido preto e branco estampado. Todos parecem descontraídos e felizes, transmitindo clima de amizade e celebração.
Da esquerda para direita: Marco Aurélio, Taslim, Eric Paiva, Sabine Moura e Sandra Menezes, todos debatedores da roda de conversa Afrofuturismo

No dia 23 de agosto, o Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) abriu as portas da Sala de Leitura para receber a roda de conversa e micro-oficina Afrofuturismo Conversas Ancestrais sobre o Futuro, um evento que faz parte do Rio Capital Mundial do Livro. Idealizado pelo escritor e roteirista Eric Paiva, o encontro reuniu convidados de diferentes áreas da criação, que contribuíram positivamente nas narrativas apresentadas durante o evento, sendo eles: Sandra Menezes, jornalista e escritora; Marco Aurélio Correa, pedagogo e cineasta amador; Sabine Mendes Moura, escritora e fundadora da Editora Nua; e Taslim, multiartista que transita entre música, poesia e literatura.

Durante a roda de conversa, o público presente pôde compartilhar experiências, além de ouvir opiniões e reflexões sobre a relevância do afrofuturismo na atualidade e a importância de ocupar espaços com o protagonismo negro.

A oficina convidou os participantes a colocar a imaginação em prática. Com a proposta de criar novos personagens, eles puderam imaginar histórias em temas como o hopepunk — um gênero que foca na esperança de um mundo melhor — e o solarpunk — que foca na construção de comunidades sustentáveis.

Mais do que ficção,Afrofuturismo Conversas Ancestrais sobre o Futuro deixa uma reflexão de que a ancestralidade e a inovação caminham lado a lado, imaginando novos futuros a partir de narrativas negras.

O escritor e roteirista Eric Paiva compartilhou como a energia do evento foi positiva e ressaltou que a experiência foi transformadora, tanto para os palestrantes quanto para o público. “Durante o evento, sentimos uma energia coletiva de escuta atenta e curiosidade genuína. Conseguimos demonstrar com clareza a abrangência do gênero, já que, em geral, as pessoas têm apenas obras norte-americanas como referência”, declarou. Para ele, estar em um espaço onde pessoas negras e não negras se dispõem a vislumbrar o mundo, de forma conjunta e sob outra perspectiva, é um presente. “É o sentido filosófico do que somos como autores afrofuturistas. Sentimos que foi uma experiência transformadora não apenas para nós, como palestrantes, mas também para o público”, completou.

Marcelo Engster, curador e pesquisador audiovisual, também compartilhou sua experiência, destacando que gostaria que o evento tivesse tido mais tempo de duração e manifestou o desejo de que novas edições sejam realizadas. “O eventoAfrofuturismo: Conversas Ancestrais sobre o Futuro deveria ter sido um curso de maior duração e não apenas uma apresentação teórica e roda de conversa. Só a apresentação teórica de Eric Paiva sobre Afrofuturismo merecia ao menos duas aulas para dar conta de tanto conteúdo e ainda aprofundá-los. A palestra deixou claro o que pode ou não ser considerado Afrofuturismo e me apresentou termos ligados ao gênero que eu desconhecia”, disse. Engster também lembrou da roda de conversa que trouxe, segundo ele, além de um debate sobre a teoria, a apresentação dos processos criativos das pessoas escritoras, assunto de grande interesse. “Acredito que o evento deveria ter novas edições, ampliando o debate e teoria sobre todas as possibilidades do Afrofuturismo”, concluiu.