Pular para o conteúdo principal
NewsletterLogomarca VITRAL CULTURAL

A potência das vozes nordestinas na I Mostra Avoantes de Cinema

Publicado em:
10/09/2025
Seis pessoas estão sentadas lado a lado em cadeiras no palco de um auditório. Elas participam de uma conversa em grupo, com microfone em mãos, diante de uma tela de projeção. Uma mulher de roupa preta fala enquanto os demais escutam atentamente. A cena sugere um debate ou mesa-redonda ligada ao cinema ou à cultura.
Inez Viana, atriz, fala no debate sobre a nova cena do cinema nordestino ao lado de diretores e produtores da Mostra

Durante três sábados de agosto (9, 16 e 23), a I Mostra Avoantes de Cinema ocupou o Cinema do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF). Com direção de Renata Leite e produção de Luiz França e Tainá Andrade, o evento incentivou o cinema nordestino, revelando obras de diversos cineastas talentosos que exploram diferentes perspectivas, vozes e narrativas.

A mostra exibiu 12 curtas-metragens, quatro por noite, e contou com três bate-papos com produtores, um por dia de evento. No primeiro sábado, os curtas apresentados foram Silêncio Público, Rotina, A Encomenda do Bicho Medonho e Cogumelos Vermelhos Defumados. A diretora de arte do filme Rotina, Layse Medeiros, compartilhou sua experiência ao exibir seu trabalho na mostra. “Foi uma experiência incrível ver o trabalho ganhar vida na telona e poder sentir a força da sala de cinema. Eu ainda não conhecia o espaço, e foi uma descoberta especial — cheio de história e com uma energia que inspira. Meus convidados ficaram encantados, tanto com o filme quanto com o lugar. É muito significativo perceber como iniciativas como essa movimentam a cena artística no centro do Rio, criando encontros, diálogos e fortalecendo o cinema independente e brasileiro”, declarou.

O segundo dia da Mostra foi marcado pela exibição dos filmes Cores, Diamante de Poções, Caminhos de Pedra e, ainda, pela estreia do curta Sapatilha 37, uma produção do coletivo Artífice Lux, composto por Luque Lacerda, Carla Purcina e Gabi Luz. Já no terceiro dia, ganharam as telas os curtas Raposa, Um Brinde, (R)existir e a estreia de Claramente, estrelado por Renata Leite e Tainá Sena — que também atuou no filme Cores. “Poder ter dois filmes participando desse evento foi incrível. Cores foi meu primeiro curta profissional e tenho um carinho imenso por ele e pela história que ele retrata. Então, exibir ele na Mostra foi muito especial. O Claramente também é um projeto lindo que tive o prazer de atuar. Foi um projeto construído de maneira 100% independente a muitas mãos, então é maravilhoso ver ele na tela do cinema”, ressaltou Tainá.

A Mostra Avoantes provou que o audiovisual pode unir, provocar reflexões e dar voz a diferentes realidades. Mais do que exibir filmes, o evento promoveu trocas culturais e reafirmou o Nordeste como referência de criatividade e expressão artística.

André da Costa Pinto, realizador de A Encomenda do Bicho Medonho ressaltou a importância da ocupação de novos espaços por produtores de curtas-metragens. “É importante o surgimento de novos espaços para exibição do curta-metragem, visto que hoje existe uma ampla produção no Brasil. É um formato democrático e que lança muita gente nova no mercado. Quem faz filme quer ver sua obra projetada na tela grande e com público, principalmente quando tem a oportunidade de debater e escutar as impressões de quem acabou de assistir”, afirmou.

A diretora da Mostra, Renata Leite, contou como foi realizar esse evento e a grande troca entre produções que ele proporcionou. “Foi um grande presente para as obras e artistas do nordeste que residem no Rio de Janeiro, tivemos uma grande possibilidade de troca entre as produções e, principalmente, a oportunidade de mostrar um nordeste capaz de ser diverso e múltiplo, levando um leque de dramaturgias e linguagens do cinema Brasileiro, autêntico e potente”, compartilhou a diretora.