Durante o mês de agosto, o teatro do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) recebeu o espetáculo teatralSelva: Solidão. O monólogo, idealizado e protagonizado por Vinicius Teixeira, com direção de Jefferson Almeida, foi pensado na pandemia e traz à tona a questão sobre como a solidão pode ser comum a corpos marginalizados pela sociedade.

O monólogo conta a história de três personagens: Luiz Felipe, um garoto de programa, Jonathan, um atendente de fast food e Antônio, um professor universitário. Com o desenrolar da trama, a vida dos três são entrelaçadas de alguma forma e trazem reflexões sobre as relações homoafetivas e como o preconceito e a exclusão deixam marcas difíceis de serem superadas.

A sala coberta de fumaça e as luzes que mudavam a todo momento fez o público sentir-se dentro da atmosfera da peça, mantendo os olhos vidrados a cada troca de personagem — o que acontecia com naturalidade. O ator interpretou os três personagens, com realidades, expressões e idades diferentes, com espontaneidade e sensibilidade, fazendo com que o público presente se sentisse visto e acolhido de alguma forma.

Ao final do espetáculo, rolou ainda uma roda de conversa entre a produção e a plateia, onde todos puderam entender como surgiu a peça e a sua importância para a sociedade. Selva: Solidão retrata como as pessoas LGBTQIAPN+ sofrem com afetos negados, vínculos interrompidos e com a exclusão social causada por ser quem são.

O ator Vinicius Teixeira compartilhou como a experiência no CCJF foi realizadora e como a temporada foi positiva, graças ao público frequente. “Estar em cartaz no CCJF foi uma linda realização! O Teatro tem um ambiente maravilhoso e com uma equipe super parceira e disposta, que faz de tudo para que a experiência seja a melhor. A temporada correu de uma forma muito positiva, com um público frequente e alto em termos numéricos”, declarou.