
Na Quinta Dor: das cicatrizes ao espetáculo

Durante o mês de julho, a peça teatral Na Quinta Dor ocupou o Teatro do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF). Dirigido por Joana Dória e Lara Coutinho e com atuação de Dora de Assis, esse monólogo é um relato de resistência e denúncia às negligências médicas sofridas pela personagem.
Narrando a história da sua própria vida, a personagem revive episódios de internações em que sofreu por doenças distintas, até receber um diagnóstico de câncer. Depois de tudo o que passou, Dora, que além de artista também é educadora, revisita memórias profissionais e pessoais e repensa a forma de viver a vida. Apesar do relato trágico, ela não se limita ao sofrimento e lida com esses temas com humor e leveza, deixando reflexões das marcas e impactos sofridos pelo corpo e o que podemos absorver dessas situações.
O cenário — composto por objetos hospitalares, medicamentos e sacos plásticos pendurados preenchidos com líquidos — ajuda a criar uma atmosfera que remete à rotina hospitalar e à fragilidade do corpo.
Esse espetáculo conta a história de uma personagem que — entre dores e sofrimentos — encontrou uma forma de seguir em frente, transformando sua dor em arte.
Dora de Assis, atriz e dramaturga do espetáculo, considera Na Quinta Dor um sucesso, já que conseguiu gerar identificação entre o público através de um relato íntimo. “Tivemos um público ótimo, presente, tivemos pessoas que voltaram mais de uma vez na peça, pessoas que não eram do meu ciclo social. Uma peça que é tão pessoal, conseguir abarcar um tema universal através da identificação, pra mim, é um sucesso”, declarou.