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Festival Vibra transforma o CCJF em palco da música independente

Publicado em:
08/08/2025
Fotografia do show do Trio Minas Portugal no CCJF. À esquerda, Francisco Eiras toca teclado eletrônico, enquanto, ao centro, Alessandro Brandão e, à direita, Cleiton Sobreira cantam, cada um segurando um microfone. Ao fundo, é projetada uma imagem colorida de cena ao ar livre, com figuras fantasiadas, compondo o cenário artístico da apresentação.
Alessandro Brandão (voz), Cleiton Sobreira (voz) e Francisco Eiras (teclado) durante o show  do Trio Minas Portugal no CCJF

Durante o mês de julho, o Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) abriu as históricas portas de seu teatro para o Festival Vibra, que celebrou a musicalidade brasileira em quatro quintas-feiras (3, 10, 17 e 31/7), distintas em quase tudo, exceto pela música boa e seus sucessos – praticamente designados após a abertura por conta do Trio Minas e Portugal. Formado por Cleiton Sobreira (voz), Alessandro Brandão (voz) e Francisco Eiras (teclado), o grupo deu o pontapé que o festival precisava, deixando o público na temperatura certa para receber o Duo Dois a Dois (10/7), a banda Relva (17/7) e Katarina Assef (31/7).

Trio Minas e Portugal prometeu e cumpriu; um show intimista capaz de transportar o público para uma viagem musical entre Minas Gerais e Portugal. A apresentação mesclou músicas de importantes nomes do cenário musical brasileiro e português, além de poemas da poetisa portuguesa Florbela Espanca. O cantor Alessandro Brandão dividiu que, para ele, a melhor parte foi a recepção do público. Animado e um tanto surpreso, Brandão relata: “Foi a estreia desse show, a gente nunca tinha feito nesse formato e eu achei que ele foi muito bem recebido pelo público, isso foi o que deixou a gente mais animado ao final do show. O Festival Vibra, pra mim, foi um grande sucesso", concluiu.

No segundo dia de festival foi a vez do Duo Dois a Dois, com Antonia Medeiros e Guilherme Imia, em mais uma apresentação com melodias que penetraram nos ouvidos e mobilizaram as cordas vocais de quem estava lá para ser espectador, mas que acabou se arriscando a cantarolar letras conhecidas. As músicas foram de sucessos brasileiros a composições autorais dos artistas, com direito a participação especial da cantora Katarina Assef, protagonista da última noite de festival. A banda Relva se juntou a Tziu (voz e teclado) e trouxe o experimentalismo já comum para quem acompanha Marcello Prado (voz, violão e guitarra) e Ian Moreira (percussão). Os três artistas apresentaram um programa recheado de composições autorais do grupo. O último dia foi a vez de Katarina Assef emocionar o público com o um show melancólico que falou de amor. Na apresentação intitulada Ponteiro, a cantora seguiu um repertório de músicas autorais acompanhada pelo tecladista Cadu Fausto em um espetáculo que parecia não ter público: eram todos artistas, cada um do seu jeito – desde o rítmico balançar de cabeças ao bater compassado dos pés. O cantor Zé Motta subiu ao palco e, juntamente com Katarina, presenteou os espectadores com uma música inédita composta pelos dois. “Senti o festival como um chamado pra me aventurar por outros assuntos, botar músicas inéditas pra jogo, experimentar uma formação intimista”, expôs a cantora.

Em um palco iluminado por luzes azuis, a cantora Katarina Assef, de vestido longo claro e parte superior preta, interpreta de forma expressiva, com um dos braços erguidos. À esquerda, o tecladista Cadu Fausto toca, tendo um violão apoiado ao lado. A apresentação integrou o Festival VIBRA, no CCJF, com o fundo escuro destacando os artistas.

A cantora Katarina Assef e o tecladista Cadu Fausto durante o show que integrou o Festival VIBRA, no CCJF.

Os relatos do idealizador e produtor do festival, Mar Marinho, e de Guilherme Imia tinham muitas coisas em comum. A importância de um evento como esse para artistas independentes foi uma delas. "Participar do festival vibra, além de ser um grande prazer pra mim, é uma grande honra. Eventos como esse, iniciativas culturais como essa, são extremamente importantes nos dias de hoje, onde nós, que fazemos a arte independente, no fim das contas, dependemos também de muita coisa. Acredito que os tempos que a gente está vivendo, são tempos de muita solidão pro artista independente, onde a gente acaba tendo que se desdobrar entre mil funções para dar conta de lançar o nosso trabalho de fazer os nossos shows de conseguir espaço para se apresentar", dividiu o cantor.

Mar Marinho, comovido principalmente com a possibilidade de promover encontros com festivais como esse, relatou: “eu sou uma pessoa muito entusiasta do centro da cidade, então, pra mim, foi uma grande alegria poder ocupar o Centro Cultural Justiça Federal, que fica no coração do centro da cidade, na Cinelândia, e poder fomentar a cena independente nesse lugar não é pouca coisa não, pra mim é muita coisa. E, pra mim, isso fala de um projeto de futuro. Eu acho que a gente está vivendo um momento de grandes transformações no centro da cidade e eu acho que promover a cena independente, ocupar um espaço como o CCJF é fazer um convite para o futuro, assim me parece".

E não parece apenas para o idealizador do evento. O Festival Vibra foi sim, tudo isso e mais um pouco. Foi casa cheia e coração transbordando de tanto bater no ritmo da música. O teatro do CCJF foi lugar de reencontro de amigos de longa data e encontro de novos.