
Gratuito
maiores de 15 anos
Sinopse
Já pensou em um futuro onde a tecnologia caminha lado a lado com a tradição? Onde as invenções do amanhã nascem das raízes africanas e das culturas negras, e onde liberdade, esperança e outras formas de ver o mundo são construídas com as ferramentas da imaginação? Imagine futuros onde o tambor e o algoritmo se encontram, onde os sonhos da diáspora ecoam em naves, florestas inteligentes, cidades justas e corpos livres. Você pode fazer parte da criação desses mundos!
No evento Afrofuturismo: Conversas Ancestrais sobre o Futuro, vamos embarcar em uma jornada de descolonização do amanhã, debatendo como esse movimento ressignifica os tempos e as formas de narrar o mundo. O afrofuturismo é mais do que estética ou gênero literário — é uma chave epistemológica para reimaginar o presente e reencantar o futuro com perspectivas negras, africanas e diaspóricas. Ele dialoga com a Ficção Especulativa em suas múltiplas vertentes: terror, realismo fantástico, fantasia, ficção científica e seus cruzamentos com os valores civilizatórios africanos.
Entre esses valores, o conceito de Temporalidade se destaca. No afrofuturismo, o tempo não é linear: é espiralado, ritualístico, como uma memória viva. A conexão com os ancestrais não é apenas simbólica, mas fundadora de novas éticas e imaginários. Essa visão crítica do presente e provocativa do porvir nos permite abordar também subgêneros contemporâneos da ficção especulativa que dialogam com esse ethos, como o hopepunk, onde a esperança é insurgência, e o solarpunk, que imagina futuros sustentáveis, coletivos e tecnologicamente regenerativos.
O encontro será um espaço de inspiração, escuta e criação com alguns dos autores e autoras que estão ajudando a forjar esses novos imaginários. Teremos a presença de Eric Paiva, roteirista e escritor petropolitano com trajetória em ficções especulativas; Sandra Menezes, jornalista e premiada escritora afrofuturista; Marco Aurélio Correa, professor, pesquisador e escritor; Taslim, cantora de afropop, poeta e roteirista com uma arte marcada por heranças e futurismos; e Sabine Mendes Moura, roteirista, poeta e fundadora de uma editora voltada para a literatura negra e LGBT+.
Cada convidado trará sua experiência para ampliar o debate e colaborar com a construção de uma oficina criativa e colaborativa, onde os participantes poderão experimentar a criação de microcontos, premissas narrativas, mundos ficcionais ou personagens, a partir das reflexões propostas. A oficina vai acolher tanto quem escreve quanto quem deseja começar a escrever, com dinâmicas acessíveis, provocadoras e férteis, que permitam imaginar mundos distintos, fisicamente impossíveis, mas de concepção onírica possível.
Para encerrar, teremos sorteios de livros temáticos e a oportunidade de compartilhar algumas criações em grupo, celebrando o poder coletivo da imaginação. Esse evento é um convite para todos que desejam pensar, sonhar e escrever novos mundos. Traga sua curiosidade, seus sonhos e sua ancestralidade para este evento.
Esse evento faz parte do Rio Capital Mundial do Livro.
Programação
13h30 – Abertura e Introdução ao Afrofuturismo (Eric Paiva): mediação introdutória sobre o afrofuturismo como uma proposta cultural, estética e política que emerge de uma perspectiva afrodiaspórica. O texto introdutório abordará como o movimento se fundamenta tanto na ancestralidade africana quanto em formas de imaginar o futuro, construindo utopias a partir da resistência, da ciência, da arte e da espiritualidade negra.
14h – Mesa de Conversa sobre os Desafios da Escrita Afrofuturista (mediação Marco Aurélio Correa): autores convidados compartilham suas trajetórias, obras e experiências com a criação afrofuturista no Brasil. A mesa abordará temas como:
- O afrofuturismo e o diálogo com os gêneros da Ficção Especulativa (ficção científica, fantasia, terror, realismo fantástico, e demais subgêneros);
- As dificuldades enfrentadas por autores negros para compreensão, aplicação e legitimação do termo dentro do imaginário coletivo e no mercado;
- Reflexões sobre o comprometimento e o uso responsável do conceito-legado em obras feitas por e para pessoas negras.
- Os desafios de superar as marcas do passado, sem esquecer o legado ancestral, as riquezas socioculturais, reinterpretando o presente e criando um futuro onde a narrativa seja propositiva, esperançosa, audaz e esteja sempre muito além.
15h30 – Diálogo Aberto com o Público: momento de troca direta entre plateia e os autores Sandra Menezes, Marco Aurélio Correa, Sabine Mendes, Taslim e Eric Paiva. Espaço para tirar dúvidas, refletir sobre o impacto do afrofuturismo no cotidiano, na educação, nas artes e em outras áreas.
16h30 – Oficina Criativa: Construindo Futuros Possíveis: atividade prática e coletiva voltada para a criação de premissas, microcontos, enredos, personagens ou mundos afrofuturistas. O foco será na experimentação de elementos narrativos ligados ao afrofuturismo e seus subgêneros como o solarpunk (futuros sustentáveis e verdes) e o hopepunk (futuros de resistência e esperança). A oficina também é pensada para pessoas de outras etnias, propondo uma abordagem respeitosa, colaborativa e inventiva da ficção especulativa com influência afrofuturista.
17h30 - Encerramento e sorteio de livros: momento de finalização do encontro com agradecimentos, partilhas finais e sorteios de obras relacionadas ao tema.
Minibios
Eric Paiva: Roteirista e escritor. É petropolitano, favelado, poeta e ex-escorpiano. Como contista e roteirista trabalha com o leque de gêneros da Ficção Especulativa e do Afrofuturismo, focando no público jovem-adulto. Tem o curta Vento em Roupa de Balé, premiado como melhor filme ABI - Associação Brasileira de Imprensa. É criador e curador da Mostra Sci-Fi Brasil: Eles Estão Entre Nós. Com passagem pela FLUP e pela Universidade das Quebradas/UFRJ, escreveu Você Viu o Antinômio?, conto integrante da coletânea Machado Quebradeiro (Editora Malê, 2025), parte do acervo do imortal na ABL – Academia Brasileira de Letras. O livro Qual a Cor do Tempo? (Editora Buva, 2020) e a obra afrofuturista Crônicas de um Afroamanhã (100+ Palavras, 2025), são suas primeiras publicações oficiais.
Sandra Menezes: Jornalista, roteirista e escritora carioca, autora do romance afrofuturista O céu entre mundos, publicado em 2021 pela Editora Malê, que foi finalista do prêmio Jabuti 2022 e vencedor do prêmio Odisseia de Literatura Fantástica 2022. Participou das turmas da Flup-Festa Literária das Periferias, em 2019, no Laboratório de Narrativas Negras para audiovisual Flup/Globo; e, em 2020, da Flup/Digital com texto na antologia Carolinas, edição Flup/Bazar do Tempo. Entre 2018 e 2023 publicou contos e crônicas em diversas antologias nacionais, entre elas, Afrofuturismo – O futuro é nosso (Edit. Kitembo); e na internacional Vozes Intergalácticas (Edit. Nebula).
Marco Aurélio Correa: Pedagogo, escritor e cineasta amador. Amante das partilhas educativas, das escritas literárias e das tramas audiovisuais. Brinca de dar aula, escrever livros e fazer cinema. É professor da rede pública do Rio de Janeiro, doutorando em educação na UERJ e agitador cultural da ECA Àwòrán e do Cinemanguinhos. É autor do romance Câmera escura, do infantil Luiza e o som do tempo, dos poemas de Calema Pequena, do teórico Cinemas afro-atlânticos e dos contos de Necropoéticas.
Sabine Mendes Moura: Escritora, roteirista e idealizadora da Editora Nua. Escreveu o romance Incompletos (Presságio Editora, 2016), premiado pelo PROAC, e Você Unlimited (Lendari Br, 2021), premiado como melhor Narrativa Curta de Ficção Científica na VII Odisseia de Literatura Fantástica. Tem seis livros-solo publicados e diversas participações em coletâneas, incluindo o conto Sol Medieval (Coleção Casa Fantástica, 2020), selecionado para integrar o programa exclusivo da Amazon Prime. Seus últimos trabalhos incluem a releitura do conto O Imortal de Machado de Assis, para a Série Releituras Afrofuturistas (Editora Kitembo, 2024). Na Editora Nua, edita e publica autorias negras, lgbtqiap+, neuroatípicas e ativistas.
Taslim: Cantora, compositora, roteirista, poeta e escritora, uma multiartista que utiliza diferentes linguagens para construir novos futuros que reconectem o povo preto com a sua ancestralidade. Apostando nisso, a cantora tem se destacado pela criatividade ao unir sua sonoridade afropop a poéticas e narrativas, a partir de uma proposta afrofuturista musical e estética, passando por temáticas que se alinham às religiões de matriz africana. Com um álbum lançado, a multiartista também tem um livro publicado: A Dáie de Vários Nomes, sua estreia como escritora, recebeu o Prêmio Book Brasil de Melhor Livro de Fantasia no ano de 2025.