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Notícia

Tempo em retrato: galeria celebra os nomes que marcaram a história do CCJF

Publicado em:
29/06/2025
Oito homens posam lado a lado em frente a uma parede com a inscrição “Galeria dos Diretores do CCJF” e retratos emoldurados. Todos usam ternos formais. Um deles está sentado em uma cadeira de rodas no centro do grupo. Os demais estão em pé, sorrindo. A cena ocorre em ambiente interno, com iluminação clara e piso de pedra cinza.
Homenageados posam à frente da Galeria de Diretores, inaugurada no Centro Cultural Justiça Federal

Na última sexta-feira, dia 27 de junho, o Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) inaugurou, no térreo, a Galeria dos Diretores Gerais do CCJF. A cerimônia começou do jeito que o ambiente pede — com muita música. Parte do coral City Choir of Washington, vindo dos Estados Unidos e que está em temporada no Brasil, deu início a celebração no hall de entrada do CCJF, encantando não apenas os desembargadores, as autoridades e os servidores presentes, mas também os que passavam pela Cinelândia e fizeram uma pausa para prestigiar a festa que acontecia no prédio histórico.

Fora as paredes, texturas, vitrais e arabescos que fazem do Centro Cultural uma das joias do quadrilátero cultural do Centro do Rio, na ocasião, estavam as pessoas que ajudaram a torná-lo o que ele é hoje: um espaço que respira cultura, diversidade e democracia. Na abertura do evento, após a Banda Sinfônica do 1º Batalhão de Guardas - Batalhão do Imperador do Comando Militar do Leste tocar o hino nacional, o desembargador federal do Tribunal Federal Regional da 2º Região (TRF2), Dr. Theophilo Miguel, atual diretor-geral do CCJF, falou ao público, principalmente aos homenageados, nomes os quais ele descreveu como “personalidades com sensibilidade, firmeza e dedicação” que conduziram o Centro Cultural “com espírito público e amor pela cultura”. “Transformado em espaço de cultura, arte e memória, esse patrimônio não perdeu sua vocação original, continua sendo um templo do espírito, agora não apenas da Justiça mas também da beleza arquitetônica, do pensamento e da liberdade criativa. A missão de dirigir uma instituição como essa não é tarefa simples. Cada diretor geral a quem hoje rendemos nossas homenagens e tributos compreendeu o peso e o privilégio dessa honrosa responsabilidade”, ressaltou Dr. Theophilo.

Para ele, foram gestões que, respeitando a tradição, souberam inovar. Lideranças que, conscientes da história e reconhecendo o valor do passado, abriram as portas do futuro. “Graças a esse compromisso contínuo, o Centro Cultural Justiça Federal tornou-se um ponto de referência no cenário cultural do país. Um espaço onde artistas, estudantes, pessoas de todas as idades encontram acolhida, estímulo e voz. Um lugar onde a cultura pulsa com liberdade e a memória da Justiça se converte em inspiração para a sociedade”, destacou. O diretor-geral do CCJF completou seu discurso, ao citar que “celebrar a trajetória dos que nos antecederam é reafirmar o elo que une gerações em torno de um mesmo ideal, é reconhecer que nenhuma gestão é isolada. Cada uma repousa sobre os alicerces deixados por seus predecessores."

A cerimônia seguiu com a entrega de uma moeda comemorativa a todos os homenageados que foram diretores do CCJF e que sempre farão parte da atmosfera histórica do local. São eles: Paulo Freitas Barata (2001-2007), Sergio Schwaitzer (2007-2009), André Ricardo Cruz Fontes (2009-2011), Poul Erik Dyrlund (2011-2013), Messod Azulay Neto (2013-2015), Guilherme Calmon Nogueira da Gama (2015-2017), Reis Friede (2017-2019), Antonio Ivan Athié (2019-2021) e Simone Schreiber (2021-2025).

No encerramento, o diretor-geral do CCJF dividiu com o público um pouco de sua história com o prédio histórico — que surpreendentemente começa em 1986, muito antes de assumir seu cargo, quando, então estagiário da Superintendência Nacional de Abastecimento de Preços, conheceu o  CCJF, um edifício ainda sem reformas, que concentrava magistrados “em gabinetes empoeirados” e sem manutenção. Durante um discurso firme com palavras saudosas, Dr. Theophilo deixou a narrativa pessoal para desenhar o que depois se tornaria uma homenagem à parte. Ele relembrou a época das obras de restauro, em 1999, coordenadas pelo então Diretor do Foro da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, Sergio Schwaitzer, que foi celebrado com uma lembrança: um capacete branco personalizado, de engenheiro civil, semelhante ao que Dr. Sergio usava quando destinava seu tempo à recuperação da história do local.

Com Dr. Theophilo Miguel (2025-2027) como anfitrião, a galeria de diretores foi inaugurada em uma sexta-feira memorável. O lugar, conhecido por disseminar histórias, dessa vez contou a sua própria, com protagonistas de carne e osso que lutaram (e ainda lutam) para que a arte e a cultura permaneçam vivas na cidade do Rio de Janeiro.